domingo, setembro 26, 2004

gravidade e antigravidade. ou apenas o referencial. positivo e negativo. o pino e as ondas. um pino tão forte que os seios pendem como diospiros suculentos. tão forte que o sangue jorra numa enxaqueca roçando a areia. um pino tão forte e as ondas. a lua a sugar água. newton aos trambolhões na cova arrojada do seu tempo. ondas espumando-se em baba de cão à beira-mar. ondas arrebitadas como diospiros suculentos acabando em água branca prenha de esperma azulado. gravidade e antigravidade. mas são somente contradições. recordo apenas o cheiro das asas dos cactos cortadas a amarelo frio. recordo o cheiro dos figos de ânus aberto e as formigas escorregando por lá e os castelos os castelos de areia puxados contra a terra. recordo o cheiro. recordo sobretudo aqueles raros grãos espaçados de areia que se colaram à ponta dos dedos quando me atingiu um raio de sol alaranjado e era cheiro e era água e era areia e eram seios encavalitados em ondas magníficas. gravidade ou antigravidade? não importa. eram apenas belos grãos de areia colados em belos seios de diospiro.

e.e.

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