sábado, janeiro 21, 2006



http://www.flags.net/JAPA.htm


bandeira

regressou a lisboa depois do estrangeiro lhe ter avivado a beleza da comunidade e lhe ter feito esquecer as queimaduras da pátria. deixou o aeroporto num táxi passando na meia hora seguinte pelo terreiro do paço. ao parar num semáforo teve um esgar que lhe fez deslocar a cabeça para a esquerda. defrontou-se com a bandeira portuguesa e socalcou a memória na esperança de algo encontrar. percebeu naquela fracção de segundos que a bandeira constituía um elemento que nada lhe dizia. nada. não porque o exterior lhe renovara a dimensão do conceito. não porque acumulara devagarinho um sentimento antipatriótico. não. aliás. a bandeira norte-americana também nada lhe comunicava. no fundo. o que o aproximava mais ou menos daquele rectângulo esvoaçante feito de pano era a sua plasticidade. a sua grafia. daí adorar a bandeira do japão. daí adorar a bandeira do canadá.
a bandeira portuguesa era outra história. aquela combinação de padrões soava subitamente estranha. falsa. intensamente nula. lembrou-se então que já antes de abandonar o país sentia por vezes uma total indiferença por este símbolo. olhou para o semáforo e compreendeu o porquê da sua sensação. a monotonia das cores era precisamente a mesma.

e.e.

sábado, janeiro 14, 2006

previsão

viste as sondagens?
não. não ligo a isso.
não viste? com um ano de antecedência já garantem a vitória do jefferson.
ai sim? pois olha. sabes bem que eu não gosto nada de ir atrás dos outros como um cordeirinho. prezo muito o meu sentido de análise intelectual e reflexão política. mas: já agora: quem é que tinha a menor percentagem?
o johnson em coligação com o richardson. apenas 3.1 %!
ai é? pois olha. até te digo: até que já estava inclinada para eles. coitadinhos! 3.1%! onde é que já se viu? assim não se incentiva ninguém. valha-nos deus!

e.e.

quarta-feira, janeiro 04, 2006











poema espelho in revista folhas & outros ofícios nº11,
Grupo Poético de Aveiro, dezembro 2005

álvaro seiça neves