terça-feira, junho 21, 2005

mapa

ali dentro do barco. ali. o danúbio nas nossas barbatanas. o danúbio imenso e nós de mapa aberto sobre as águas. ali o mundo parecia inevitável. o mundo parecia aberto à viagem. navegadores ancestrais ventaram-se pelo corpo aberto.
o destino. por mais longínquo que fosse. vinha logo ao virar da serra.

e.e.

domingo, junho 19, 2005

Quixote

Em 1605, Miguel de Cervantes publicava D. Quixote de La Mancha. 400 anos depois, os filmes que adaptaram a colossal obra tendem a petrificar a viagem dos dois companheiros - Quixote e Sancho, o espiritual e o material.
Não está na hora de reciclar e reciclar bem? De recuperar Borges, homenageando a sua reconstrução da ficção?

a

quarta-feira, junho 15, 2005

Sobre Flancos e Barcos

Havia ainda outro jardim o da minha vida
exíguo é certo mas o do meu olhar
são talvez dois pássaros que se amam
um sobre o outro ou dois cães de pé
é sempre a mesma inquietação

este delírio branco ou o rumor
da chuva sobre flancos e barcos
o inverno vai chegar
sobre a palha ainda quente a mão
uma doçura de abelha muito jovem

era o sopro distante das manhãs sobre o mar
e eu disse sentindo os seus passos nos pátios do coração
é o silêncio é por fim o silêncio
vai desabar

in Véspera de Água, Eugénio de Andrade


acerca de Eugénio:
www.instituto-camoes.pt/escritores/eugenio.htm
notícias na imprensa:
www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1225710&idCanal=36

terça-feira, junho 14, 2005

passagens para outro lado


«Recebi uma carta. Dizia qualquer coisa como isto:
"Você já tem muita idade, e dentro em pouco comparecerá perante Deus que o
julgará. E se não se arrepender está condenado às penas eternas."
O que é que eu podia fazer? Escrevi uma carta a agradecer a preocupação.»

Álvaro Cunhal, DNA, Outubro de 1997



A MÁRIO BOTAS, COM UNS CRAVOS BRANCOS

Já estiveras na morte muita vez
e sempre regressaras. Para a conheceres
bastava-te afinal ser português,
a morte é o nosso aprendizado.
Agora lá ficaste: o outono foi duro.
Não cheguei a dizer-te como
tu e eu sobrávamos na festa.
Tu já partiste, eu não tardarei.
Aos corvos deixemos o que resta.

Eugénio de Andrade, 1983

(email enviado por Felipa Preto Ramos)

quinta-feira, junho 09, 2005

feiras do livro

andam por aí, em local específico, as feiras do livro

lisboa: www.feiradolivrodelisboa.pt/

porto: www.feiradolivrodoporto.pt/

lisboa, hoje às 22h: wordsong - poesia de al berto e fernando pessoa

quarta-feira, junho 01, 2005

Orquestra Sinfónica Juvenil concerto na Culturgest

Fundada em 1973, a Orquestra Sinfónica Juvenil (OSJ) assume-se, hoje, como uma instituição fundamental no nosso panorama músico-pedagógico. Nestes 32 anos de existência, a OSJ viu passar pelos seus quadros muitos dos actuais instrumentistas das nossas orquestras, estendeu a sua acção em favor da cultura musical a todo o país, incentivou e deu a conhecer ao público muitos jovens solistas. Em permanente renovação, o seu repertório é bastante vasto - foram preparadas mais de 500 obras abrangendo os séculos XVIII, XIX e XX. Para além dos Maestros-Titulares (Alberto Nunes de 1973-83) e Christopher Bochmann (desde 1984) foi dirigida por Francisco d'Orey, Jorge Matta, António Saiote, Roberto Perez, Georges Adjinikos, José Palau, Andrew Swinerton, Vasco Azevedo e Julius Michalsky. A OSJ desenvolve as suas actividades com o apoio, fundamentalmente, do Ministério da Cultura, Instituto Português da Juventude, e Radiodifusão Portuguesa.

concertos: 8 e 9 de Junho, 21h30


www.culturgest.pt/actual/osj.html