uníssono
o mar o bulício o pó de água o mar tudo retumbando e as tenras nuvens intercaladas até ao horizonte e as outras batidas pelo sol mais próximas e outras ainda mais densas carregando as chumbeiras dos pescadores e um novo horizonte albino e o mar e o mar o mar furioso prenhe e árido o mar e as ondas cerrando muros violentos contra ondas e ondas em contramão e mais ondas como buganvílias alagando o areal e as ondas cinzeladas a cinza e as nuvens cinzeladas a cinza e uma faixa branca entre ambas e o vociferar poderoso do mar contra as escarpas das rochas estancadas a pique as rochas e o mar e as nuvens e as ondas e o céu maior que a visão humana e as nuvens entrando no mar e as ondas avançando luminosas praia dentro e toda a memória e mundo e toda a cinza cerebral toda a cinza cerebral e toda a hibernação derrubada na praia engolida pela água e o mar e o sol e as nuvens e as ondas e a prata opaca e as rochas cristalinas penetrando os olhos e tudo tudo a reciclar barbas antigas no mar galgado a bronze e tudo de súbito impresso na memória que um tempo permanecerá cegamente até à cova final finalmente holograma do mundo guardado uníssono
e.e.
quinta-feira, abril 21, 2005
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