quarta-feira, novembro 17, 2004

minotauro

nos túneis do metro. um minotauro esquecido. esquecendo o touro. deixara-o em tempos. durante sempre para trás. agora era mino. suas solas eram ossos de bacia. enterrara o touro no solo. confessara-me: enterrei o touro no solo. a mansidão invadira-o. varejava por ali. nos túneis do metro. pedia a esmola de ser um homem enterrado. mas ninguém queria saber.
para Eles não sou um homem. sou mino O terrível mino. esquecem-se disso (pois esquecem mino). esquecem-se que Eles nem são homens nem mulheres nem outra coisa qualquer. eles são cadáveres. mas nem o notam. já dizia o poeta. aquele com nome de pessoa. fernando não era? disparava mino.
talvez mino. talvez seja isso tudo ou seja outra coisa incompreensível.
homem enterrado na vida. enterrado no passado. para trás. só caixa torácica e experiência.
o resto. o resto era a puta da vida. um labirinto.

e.e.

Sem comentários: