FOME
UM DIA SENTEI-VOS DENTRO DE MIM
E DISSE: - TENHO FOME!
- TENHO FOME!
E DENTRO DA MINHA FOME ENCONTREI O AMOR:
O AMOR QUE, NÃO SEI PORQUÊ, TENHO REJEITADO
EM CADA UM DOS MEUS DIAS...
SINTO-ME INVADIDO POR UMA PROFUNDA DÍVIDA:
QUERO DAR!
TENHO UMA PROFUNDA NECESSIDADE DE DAR!
SINTO-ME SÓ:
NA LUZ QUE NÃO TRAGO,
NAS MÃOS QUE NADA POSSUEM,
DOS CORAÇÕES EM QUE NÃO ENTRO...
QUERO DAR:
PARA TODOS QUERO SER A SALVAÇÃO QUE NÃO SOU PARA MIM.
POSSO SER JÁ E AQUI: OU POSSO CONTINUAR A SER ESTE ANO!
UM NOIVADO, UM FUNERAL...
NÃO IMPORTA!
SÓ IMPORTA ESTA NECESSIDADE DE ME PARTILHAR!
SOU QUASE O MENDIGO CUJA MÃO FICOU, SÓ A MÃO FICOU...
TENHO FOME!
TENHO FOME DE ESPALHAR ESTA FOME!
ACREDITO ASSIM INAUGURAR-ME...
- MAS EU JÁ TENHO TUDO. DISSESTE.
MAS NÃO ERA ISSO...
EXPLIQUEI-TE ENTÃO A MINHA FOME.
EU QUERO DAR!
NÃO IMPORTA O QUÊ.
NÃO IMPORTA A QUEM.
SENTASTE-TE ENTÃO AO MEU LADO...
E TIVESTE FOME COMIGO.
in 27, Fotonovelas Poéticas, Ex-Ricardo dePinho Teixeira, Corpos Editora, 2004.
domingo, setembro 19, 2004
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