trono de cartão
destas cantarias ululantes
rasgando o meu dorso
como sapatas da sabedoria
num trono de cartão
lança-se um x-acto frenético
espetado nos olhos sem escala
ó rincão do córtex
trono de cartão
dai-me antes o real, o real!
num espasmo de sangue
de bala
num grito frenético
aberto de mão em mão
Álvaro Seiça Neves